06 junho 2012

A idade não é um posto


Começo pelo fim: a comida até é boa, mas tudo o resto clama por uma nova gerência. Ou, pelo menos, por uma gerência nova.

Esta casa, instalada numa das mais clássicas ruas do centro histórico do Porto, e embora várias vezes remodelada, continua a manter uma decoração essencialmente rústica, repleta de artefactos do folclore popular português para turista ver.

Sou recebido de forma indolente pelo proprietário, como se a minha presença fosse mais um incómodo do que um prazer.

Para entrada, sem grandes opções nem diálogo aceito o que me é imposto: pão, broa e um queijo amanteigado (€ 5) de boa qualidade. A lista está recheada de pratos tradicionais (dos quais se podem pedir meias-doses e ¼ de doses). Opto pelas costeletas marítimas com arroz e salada (€ 8,50) e pelos filetes de bacalhau (€ 9). Tanto as costeletas (sardinhas abertas e fritas em ovo e pão ralado) como os filetes se portaram muito bem. O que me desapontou foi o facto de ambos os petiscos serem servidos com um arroz branco, preguiçoso, quando estavam mesmo a pedir, por exemplo, um arroz de tomate ou de feijão.

Para sobremesa, a oferta não é muita mas a vontade de me ver pelas costas imensa. Degluto um toucinho-do-céu e emborco um café. Ao sair vejo pela primeira vez uma expressão de felicidade no rosto dos proprietários que já se preparavam para apagar as luzes. 22 horas em ponto. Estava na horinha. De encontrar quem os substitua. 

***

Adega de Vila Meã ä Rua dos Caldeireiros, 62 – Porto ä Contacto: 222 082 967 ä 12h - 15h30 | 19h – 22h (encerra Domingos) ä Preço médio: € 25 ä Nota: 60%