05 maio 2011

O polvo é quem mais ordena

Não sei se o polvo do Veleiros adivinha resultados da bola. Mas eu prevejo, sem grande margem para erro, que nos voltaremos a encontrar amiúde. Confesso que embarquei desconfiado. Eram muitas e insistentes as vozes que afirmavam: “até provares o polvo assado do Veleiros não podes afirmar que viveste”.

À entrada percebo que não faltam prémios e menções honrosas a este restaurante. Optando pela sala do 1.º andar, subo as escadas e ao entrar ouço sussurros em uníssono: “o arroz está mesmo bom”, seguidos de um “é sempre assim”… Querem ver que eu afinal ainda estava mesmo para nascer?

Mal me sento, a primeira surpresa: uns ovinhos fritos de codorniz repousam sobre pequenas fatias de presunto numa tosta. Enquanto lia o menu, de resto bastante variado, sou apanhado de surpresa por uma espécie de intimação. “É polvo assado, certo?” Certíssimo. E lá se foi o menu que, ao que parece, é por aqui apenas uma figura decorativa.

O polvo assado é servido numa terrina de ferro (a mesma que o assou) com dois recipientes. De um lado, o polvo repousando num molho de cebolada; do outro o arroz de forno. O bicho é tenro, quase terno, e o arroz, exactamente como deveria ser sempre: levemente tostado.

Comi – muito mais do que o necessário (conceito subjectivo, eu sei) – e nasci! E é por isso que, mesmo arriscando a vida (a Petrogal fica mesmo ali ao lado), aconselho uma viagem nesta embarcação para encontrar o polvo – adivinho! – melhor do mundo. Pelo menos do Cabo do Mundo.

Veleiros * Rua de Almeiriga Norte, 2520 - Matosinhos (Cabo do Mundo) * 22.9958531 * Das 12h às 15h e das 19h às 23h (fecha Domingo ao jantar) * Preço médio: 20€ * Nota: 70%