23 fevereiro 2012

Quixote não sou

Lutar contra moinhos de vento é desígnio do qual cada vez mais me afasto. Transformar derrotas em vitórias é para outros campeonatos. Até porque hoje já quase só existem moinhos eólicos e aquilo aleija. Já lutar contra excelentes petiscos, é desafio a que não me furto. E garanto vitória.

O Solar Moinho de Vento, embora em funções há dezenas de anos, situa-se no recentemente designado coração da nova zona boémia portuense.

Composto por duas salas de jantar, uma no piso térreo, onde é possível ver a cozinha em pleno funcionamento, e outra, mais ampla, no primeiro andar, a decoração está entre o tradicional e o rústico. O couvert é composto por um excelente pão, azeitonas e um prato de bom azeite. A lista de vinhos, não sendo vasta, é suficiente. Da oferta de tapas selecciono umas fabulosas pataniscas de bacalhau (€ 2,80) fritas na hora. Para prato principal, com tanta coisinha boa, fico indeciso entre uma feijoada à lavrador (€ 8,50), um fígado de vitela de cebolada (€ 7,50) ou o bacalhau dourado à antiga (€ 8). Opto pelo último e não me arrependo nada. Trata-se daquilo a que normalmente se chama Bacalhau à Brás só que com dose generosa do mesmo, ovo apenas para ligar e deliciosas batatas fritas caseiras. Termino provando uma surpreendente mousse de limão (€ 2,80), francamente muito boa.

Se para D. Quixote não tenho vocação, para Sancho Pança estou cada vez mais preparado.

***

Solar Moinho de Vento * Rua de Sá Noronha, 81 – Porto * Contacto: 222 051 158 * 12h – 15h30 | 19h – 22h (encerra Domingo ao jantar) * Preço médio: 25 € * Nota: 77%