22 março 2012

Não tem carta para mim

O Carteiro serve uma “receita” decorativa gasta e a pedir renovação. A sala é acolhedora, com mesas e cadeiras tipo tasco, simpáticas para a vista mas desconfortáveis para uma refeição. Nas paredes, reproduções fraquinhas de anúncios publicitários de outros tempos. Para dias mais quentes, existe uma pequena esplanada. Sou recebido com eficiência embora estranhem que não queira o prato do dia e peça o menu. O restaurante não está às moscas, mas parece. Dezenas de vibrantes exemplares povoam a sala. Quero acreditar que é resultado de terem as janelas abertas. Ao estudar o menu, assusto-me com os preços.

Começo por provar uma sopa de peixe (€ 2), que pecou por estar um bocado insossa. Das entradas, selecciono o queijo de cabra gratinado (€ 6,30). O acompanhamento é minimalista (alface e rúcula quase murchas e sem qualquer tipo de molho) e o queijo, polvilhado com pequenos pedaços de bacon, estava intragavelmente salgado. Nem com pão se salvou. Nos pratos principais, e para um teste mais exigente, evito as especialidades e decido pedir o arroz de polvo com filetes do mesmo (€ 13,50 meia-dose). Os filetes, embora minúsculos, eram razoáveis, mas o arroz, demasiado cozido e caldoso, sabia mais a tomate do que a polvo, cuja presença, de resto, não se fazia notar. Para sobremesa, sem ofertas de relevante interesse, experimento uma competente tarte de lima.

O carteiro toca sempre duas vezes. Eu não.

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O carteiro * Rua Senhor da boa morte, 55 - Porto * Contacto: 225 321 170 * 12h30 – 14h30 | 20h00 – 23h00 (encerra Domingo) * Preço médio: 30 € * Nota: 45%